Amor-próprio: como não se perder no outro

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Aliny Pedrolli

10/21/20253 min read

Amor-próprio: como não se perder no outro

Por que amar o outro nunca deve significar esquecer de si mesma.

O amor é uma das experiências mais intensas e transformadoras da vida. Ele nos move, nos inspira e nos conecta.
Mas quando o amor deixa de ser leve e se torna um lugar de autoabandono, é sinal de que algo se perdeu — e, geralmente, o que se perde é a si mesma.

Viver um relacionamento saudável é possível, mas exige consciência.
É sobre estar junto sem deixar de ser quem se é. É amar sem precisar desaparecer.

Quando o amor vira espelho — e não prisão

Nos primeiros meses de um relacionamento, é comum querer estar o tempo todo com o outro. Há encanto, curiosidade, fusão.
Mas, com o passar do tempo, é essencial reconstruir o equilíbrio entre o eu e o nós.

Muitas mulheres, por afeto ou insegurança, acabam se moldando ao parceiro:
— Deixam hobbies de lado.
— Mudam seus planos.
— Adaptam seus gostos.
— Abrem mão de si para caber no outro.

O problema é que, ao se apagar para agradar, o amor deixa de ser escolha e passa a ser sobrevivência emocional.
E nenhum amor verdadeiro floresce onde há medo de desagradar.

Os sinais do autoabandono

Reconhecer quando estamos nos perdendo é o primeiro passo para se reencontrar.
Alguns sinais sutis podem indicar que o amor ultrapassou a fronteira do equilíbrio:

Você sente culpa quando tira tempo para si.
Tem dificuldade de dizer “não”.
Sente medo de ser rejeitada ao discordar.
Deixou de fazer coisas que antes te davam prazer.
Está sempre tentando “merecer” o amor do outro.

Se esses pontos ressoam em você, respire fundo. Isso não é fraqueza — é um lembrete de que você precisa se olhar com mais carinho e coragem.

O amor-próprio não é egoísmo, é base

Amar-se é um ato de responsabilidade.
Significa cuidar do seu corpo, da sua mente e da sua alma — não porque o outro vai te amar mais, mas porque você se ama o suficiente para não se abandonar.

Quando a mulher se conhece, se respeita e se valoriza, o amor que ela oferece também se torna mais verdadeiro, maduro e livre de dependência emocional.

O amor-próprio não exclui o amor ao outro. Pelo contrário: o fortalece.
Ele é a base que sustenta relações saudáveis, onde o amor é troca e não carência.

Dicas para cultivar o amor-próprio no relacionamento

Tenha espaços seus
Mantenha seus amigos, hobbies e momentos de solidão.
Estar só não é ausência de amor — é presença de si.
Cuide do seu corpo e das suas emoções
A rotina de autocuidado (alimentação, sono, movimento, espiritualidade) é uma forma de dizer ao corpo: “Você importa.”
Expresse suas necessidades com clareza
Dizer o que sente e o que precisa é essencial.
Comunicação transparente evita ressentimentos e reforça a confiança.
Reforce seus limites
Dizer “não” é um ato de amor — primeiro por você, depois pelo outro.
Relações saudáveis respeitam fronteiras, não as invadem.
Lembre-se de quem você era antes do “nós”
Releia seus antigos sonhos, revisite suas paixões.
Você continua sendo a mesma mulher, apenas com novas camadas de amor e experiência.

A mulher inteira ama de forma leve

A mulher que se ama não se perde no outro — se encontra no encontro.
Ela não busca ser completada, mas compartilhada.
Ela entende que o amor é uma dança: ora se aproxima, ora dá espaço, e é nessa harmonia que nasce a liberdade emocional.

Amar com consciência é estar presente sem se anular, é cuidar do outro sem se esquecer, é caminhar junto sem deixar de seguir o próprio caminho.

Conclusão: o amor começa dentro

O amor-próprio é o solo onde crescem todos os outros amores.
Sem ele, qualquer relação corre o risco de se tornar carência disfarçada de afeto.

Então, cuide-se.
Olhe para dentro, acolha suas imperfeições, celebre suas conquistas e lembre-se: você é a primeira casa onde o amor precisa habitar.

E, quando essa casa está cheia de luz, o amor que você oferece ao outro se torna mais puro, mais verdadeiro e infinitamente mais leve.

✨ Dica Ser Leve:
Todas as manhãs, olhe-se no espelho e diga: “Hoje eu escolho ser fiel a mim mesma.”
É simples, mas poderoso. O amor-próprio começa no olhar que você oferece a si.