Mamografia para mulheres de 40 a 49 anos

Nova recomendação: mamografia para mulheres de 40 a 49 anos no SUS — o que muda e o que saber

O Ministério da Saúde anunciou, em setembro de 2025, uma mudança significativa nas diretrizes de rastreamento do câncer de mama no Brasil: mulheres de 40 a 49 anos poderão realizar mamografia pelo SUS mesmo sem sintomas, numa modalidade chamada “sob demanda”.

Essa medida representa um avanço importante na política pública de saúde, ao ampliar o acesso ao diagnóstico precoce — especialmente porque a faixa etária entre 40 e 49 anos representa cerca de 23% dos casos de câncer de mama no país.

Mas o que exatamente mudou? Qual o impacto dessa nova recomendação? E como cada mulher deve se orientar? Vamos analisar os pontos principais.

O que era antes e o que muda agora

Até o momento, o SUS recomendava o rastreamento sistemático da mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos, com periodicidade a cada dois anos.

Com a nova diretriz:

• Mulheres de 40 a 49 anos poderão solicitar exame mesmo sem apresentar sintomas (“sob demanda”), em decisão compartilhada com o profissional de saúde.

• A faixa etária máxima para monitoramento sistemático também será estendida de 69 para 74 anos.

• A paciente deve ser orientada sobre os benefícios e desvantagens desse rastreamento antecipado.

Importante: esse exame “sob demanda” não significa que todas mulheres entre 40 e 49 anos serão obrigadas, mas que terão o direito de optar, com apoio médico, por realizá-lo mais cedo.

Por que essa mudança é relevante?

Aumento dos casos em faixas mais jovens

Dados recentes apontam que quase um quarto dos casos de câncer de mama ocorrem entre 40 e 49 anos.

Diagnóstico precoce salva vidas

Quanto mais cedo for identificado um tumor, maiores as chances de tratamento eficaz com menor agressividade e mais qualidade de vida.

Redução de barreiras de acesso

A mudança busca eliminar a exigência de sintomas ou histórico familiar para que mulheres mais jovens consigam o exame no SUS.

O que toda mulher precisa saber:

Avaliação compartilhada

A decisão de realizar ou não a mamografia entre 40 e 49 anos deve ser feita de forma individualizada, com avaliação de riscos e benefícios, em conjunto com o profissional de saúde.

Benefícios esperados

• Maior chance de detectar lesões antes que manifestem sintomas.

• Possibilidade de tratamento menos invasivo.

• Redução da mortalidade por câncer de mama quando detectado precocemente.

Limitações e riscos

• Falsos positivos: resultados que levam a exames adicionais desnecessários.

• Exposição à radiação, embora baixa, sempre deve ser considerada.

• Ansiedade emocional causada por resultados incertos ou investigações adicionais.

Importância do histórico familiar e fatores de risco

Se você tem histórico familiar de câncer de mama, mutações genéticas ou outros fatores de risco, isso aumenta a relevância de avaliar uma mamografia precoce.

Como proceder na prática?

1. Converse com seu médico de confiança (ginecologista, mastologista ou clínico).

2. Discuta seus fatores pessoais de risco (histórico familiar, idade, estilo de vida).

3. Avalie se o exame antecipado é indicado para você.

4. Se decidir fazer, peça a mamografia pelo SUS (agendamento no posto de saúde, unidades móveis, carretas especiais).

5. Mantenha acompanhamento regular, inclusive com exame físico e autoexame das mamas.

Desafios e impactos esperados

• Capacidade de oferta dos serviços: será necessário ampliar a infraestrutura e acessibilidade para atender nova demanda.

• Educação e comunicação: informar mulheres sobre os prós, contras e orientações de rastreamento.

• Acompanhamento para avaliação de resultados: monitorar se essa mudança realmente reduz a mortalidade e melhora os diagnósticos.

Câncer de mama: por que falar sobre isso?

• É o tipo de câncer mais frequente em mulheres no Brasil (excluindo câncer de pele não melanoma).

• Segundo o INCA, mais de 73 mil novos casos devem ser diagnosticados por ano no Brasil até 2025.

• Apesar de ser uma doença grave, a taxa de cura pode ultrapassar 90% quando detectada nos estágios iniciais.

Dicas de conscientização e autocuidado

1. Esteja atenta aos sinais do corpo
   Alterações no formato das mamas, presença de nódulos, secreções, retrações ou alterações na pele devem ser avaliadas por um médico.

2. Não abra mão dos exames de rotina
   A mamografia é a principal ferramenta para o diagnóstico precoce. Combine-a com consultas regulares.

3. Cultive hábitos de vida saudáveis
   Atividade física, alimentação equilibrada e controle do peso reduzem riscos.

4. Fale sobre isso
   Conversar com amigas, familiares e colegas de trabalho ajuda a quebrar o tabu e fortalece a rede de apoio.

5. Outubro Rosa é todo mês
   A campanha é um lembrete anual, mas o cuidado deve estar presente durante todo o ano.

A ampliação da mamografia para mulheres de 40 a 49 anos é uma conquista importante. É um chamado para que todas nós possamos olhar para nossa saúde com mais atenção, gratidão e presença. A prevenção é uma forma de autocuidado e também um gesto de amor pela vida.