Ressecamento Vaginal na Menopausa: Entenda as Causas e Como Cuidar-se com Suavidade
SAÚDE
Aliny Pedrolli
11/2/20253 min read
Ressecamento Vaginal na Menopausa: Entenda as Causas e Como Cuidar-se com Suavidade
Durante a menopausa, o corpo feminino passa por transformações profundas — físicas, hormonais e emocionais. Entre os sintomas mais comuns e, muitas vezes, pouco comentados, está o ressecamento vaginal, um desconforto que pode afetar a autoestima, a vida sexual e o bem-estar diário da mulher.
Mas a boa notícia é que há diversos caminhos para cuidar desse sintoma com delicadeza, autoconhecimento e apoio médico adequado.
Por que o ressecamento vaginal acontece?
O ressecamento vaginal é resultado da redução dos níveis de estrogênio, hormônio que mantém a mucosa vaginal hidratada, elástica e protegida.
Com a queda natural desse hormônio durante o climatério e a menopausa, o tecido vaginal perde espessura e lubrificação, tornando-se mais sensível e propenso à irritação e à dor durante as relações sexuais.
Esse processo faz parte do que a medicina chama de Síndrome Geniturinária da Menopausa (SGM) — que inclui sintomas como:
Coceira, ardor ou dor vaginal;
Secura e sensação de “repuxamento”;
Ardência ao urinar;
Dores ou desconforto nas relações;
Aumento da frequência de infecções urinárias.
Segundo a Sociedade Brasileira de Climatério (Sobrac), cerca de 50% das mulheres na pós-menopausa apresentam algum grau de ressecamento vaginal — e menos da metade busca ajuda médica, muitas vezes por vergonha ou desconhecimento.
O impacto emocional e relacional
O ressecamento vaginal não afeta apenas o corpo, mas também a forma como a mulher se sente e se relaciona.
Pode gerar insegurança, baixa libido e afastamento emocional, interferindo na intimidade e na autoconfiança.
Por isso, é essencial compreender que não se trata de perda de feminilidade ou desejo, mas sim de um sintoma fisiológico, com soluções eficazes e acessíveis.
Formas de tratar e aliviar o ressecamento vaginal
Hoje, há diversos recursos — naturais e médicos — que ajudam a restaurar o conforto íntimo e a saúde vaginal. A escolha depende do histórico e das preferências de cada mulher.
💧 Hidratantes vaginais
São produtos de uso contínuo (geralmente aplicados de 2 a 3 vezes por semana) que restauram a umidade natural da mucosa.
Podem conter ácido hialurônico, vitamina E, aloe vera ou outros ativos regeneradores.
Diferem dos lubrificantes porque atuam na hidratação profunda, e não apenas durante o ato sexual.
✨ Lubrificantes íntimos
Usados no momento da relação, reduzem o atrito e a dor.
Prefira opções à base de água ou silicone, sem parabenos, fragrâncias ou álcool.
Evite lubrificantes com glicerina, pois podem alterar o pH vaginal e favorecer infecções.
🌿 Terapias naturais e autocuidado
Banhos de assento com camomila ou calêndula podem aliviar irritações leves;
Óleo de coco virgem (uso externo) pode ser um aliado natural para hidratação;
Práticas de relaxamento e exercícios pélvicos (como o método de Kegel) melhoram a circulação na região e ajudam na lubrificação natural.
💊 Tratamentos hormonais e não hormonais
Em casos moderados a severos, o ginecologista pode indicar:
Terapia local com estrogênio (cremes, comprimidos vaginais ou anéis), que restaura a saúde da mucosa;
Moduladores seletivos dos receptores de estrogênio (como a ospemifena), para mulheres que não desejam usar hormônio diretamente;
Novas opções não hormonais, em estudo ou já disponíveis, como o Elinzanetant — voltado principalmente para fogachos, mas que pode impactar indiretamente o bem-estar geral da menopausa.
Cuidados diários que fazem diferença
Pequenos hábitos podem ajudar a prevenir o agravamento do ressecamento e trazer conforto à rotina:
Beba bastante água ao longo do dia;
Evite sabonetes íntimos perfumados — prefira produtos com pH fisiológico;
Dê preferência a roupas íntimas de algodão e evite calças muito justas;
Cuide da alimentação: alimentos ricos em ômega-3, vitamina E e isoflavonas de soja podem auxiliar na lubrificação natural;
Pratique atividades físicas e mantenha uma boa circulação sanguínea;
Priorize o sono e o descanso: eles são essenciais para o equilíbrio hormonal.
O diálogo como parte do cuidado
Falar sobre o assunto com o parceiro e com o médico é fundamental.
A intimidade saudável começa com comunicação aberta e empatia — e o apoio emocional nessa fase pode transformar completamente a experiência da menopausa.
Lembre-se: o ressecamento vaginal não é sinal de envelhecimento ou de “fim de ciclo”, mas uma fase que pode ser cuidada com carinho, informação e amor próprio.
🌸 Dica Ser Leve
Experimente incluir na sua rotina um hidratante íntimo com ácido hialurônico ou vitamina E.
Converse com seu ginecologista sobre as melhores opções para o seu caso e observe as mudanças na sua sensação de bem-estar.
Ser Leve
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