Vacina Meningo B: Dar ou Não Dar? Um Guia Claro e Acolhedor Para Pais e Cuidadores
SAÚDEMATERNIDADE
Aliny Pedrolli
11/30/20253 min read
Vacina Meningo B: Dar ou Não Dar? Um Guia Claro e Acolhedor Para Pais e Cuidadores
A meningite meningocócica é uma das doenças mais temidas pelos pais — e com razão. Ela pode evoluir rapidamente, deixar sequelas importantes e, em alguns casos, ser fatal. Dentro desse cenário, uma das dúvidas mais recorrentes entre famílias é sobre a vacina Meningo B: “Devo dar? É realmente necessária? Por que não está no calendário do SUS?”.
Hoje vamos trazer um olhar claro, atualizado e sereno sobre o tema — para que você possa tomar decisões com consciência, informação e tranquilidade.
O que é a Meningite Meningocócica do Tipo B?
A meningite meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis, que possui diferentes sorogrupos — A, B, C, W, Y, entre outros.
O sorogrupo B é um dos mais prevalentes em crianças pequenas e tem evolução rápida e agressiva.
O grande desafio é que os sintomas iniciais são parecidos com os de quadros virais comuns, o que torna o diagnóstico inicial difícil.
O que é a vacina Meningo B?
A vacina Meningo B (Bexsero® é a marca mais conhecida) protege especificamente contra o sorogrupo B da meningite meningocócica.
Ela é considerada segura, eficaz e é recomendada em diversos países como parte do calendário infantil.
No Brasil, ela está disponível apenas na rede privada, e não no SUS — o que naturalmente gera dúvidas, comparações e uma sensação de que “se não está no calendário público, talvez não seja tão importante”.
Mas a realidade é um pouco mais complexa.
Por que a Meningo B não está no calendário do SUS?
Existem três motivos principais:
1. Custo elevado
A vacina tem preço mais alto, o que dificultaria uma implementação universal.
2. Estudos populacionais ainda em andamento no Brasil
O Ministério da Saúde avalia constantemente o impacto epidemiológico e custo-benefício antes de incorporar novas vacinas.
3. Prioridades sanitárias
O calendário público contempla outras vacinas contra meningite — como Meningo C (SUS) e Meningo ACWY (alguns estados).
Porém, nenhuma delas protege contra o sorogrupo B.
Afinal, devo dar a vacina Meningo B ao meu filho?
A resposta — com base em pediatras, sociedades médicas e dados epidemiológicos — é:
👉 Sim, é recomendada, especialmente para:
bebês menores de 1 ano (faixa de maior risco),
crianças que frequentam creches,
famílias que desejam ampliar a proteção contra formas graves de meningite,
crianças ou adultos com condições que aumentem risco de infecções invasivas.
A vacina não impede todos os casos, mas reduz drasticamente a chance de infecções graves, sequelas e óbito.
Esquema de doses
O esquema pode variar conforme a idade de início. Em geral:
A partir de 2 meses: 2 doses + reforço
Entre 6–11 meses: 2 doses
A partir de 1 ano: 2 doses
Adolescentes e adultos: 2 doses
É essencial seguir orientação do pediatra.
Efeitos colaterais: o que esperar?
Os mais comuns são:
febre,
dor no local da aplicação,
irritabilidade,
sonolência.
Nada muito diferente das reações já esperadas de outras vacinas.
A febre tende a ser um pouco mais frequente na Meningo B — motivo pelo qual alguns pediatras orientam antitérmico preventivo em bebês menores (sempre com prescrição).
Há contraindicações?
Sim, mas poucas:
alergia grave a algum componente da vacina,
febre alta no dia da aplicação (adiar é suficiente).
No geral, é uma vacina considerada segura.
Por que tantos pediatras recomendam a Meningo B?
Porque a meningite B, embora não seja a forma mais comum no Brasil, é uma das mais agressivas.
Em casos graves, ela pode evoluir para óbito em 24 a 48 horas e deixar sequelas como surdez, amputações e déficit neurológico.
A vacina é uma forma concreta de ampliar proteção.
E se eu não puder pagar?
É importante olhar para isso com gentileza.
A vacina realmente tem custo alto e nem sempre cabe no orçamento.
Caso não seja possível, sua criança continua recebendo proteção contra outros sorogrupos pelo SUS (especialmente o C).
E, claro, hábitos de saúde, acompanhamento pediátrico regular e atenção aos sinais de alerta continuam fundamentais.
O melhor caminho é conversar com o pediatra e avaliar riscos individuais da criança.
Conclusão: informação para decidir com calma
A vacina Meningo B não é obrigatória no Brasil, mas é fortemente recomendada por especialistas por sua capacidade de prevenir uma doença grave, rápida e imprevisível.
Pais bem informados conseguem decidir com serenidade — e esse é sempre o propósito do Ser Leve: apoiar escolhas conscientes, respeitosas e alinhadas com o cuidado integral das famílias.
**📌 Quer uma sugestão?
Converse com o pediatra do seu filho com estas perguntas prontas:**
Meu filho está em faixa de maior risco para meningite B?
Há contraindicações para ele?
Qual o melhor momento para iniciar o esquema?
Há possibilidade de aproveitar alguma campanha da clínica?
A vacina pode ser associada a outras no mesmo dia?
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